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(Por Detrás Das Máscaras) O Romance que você nunca irá esquecer!!!

Todos estavam felizes naquela noite de domingo. O Sr. Wilson exibia sua alegria vislumbrante à qual todos podiam notar sem nenhuma dificuldade. Também pudera, era a comemoração de seu 45º aniversário e, todos os anos sua mulher Heloísa fazia questão de preparar com carinho e esmero nos mínimos detalhes a festança de seu querido esposo. Wilson, homem alegre e cheio de vida, gostava muito de fazer amizades por onde chegava, e, o engraçado era que ele conseguia até mesmo provocar uma virada de humor em  pessoas do típo mal-humoras por incrível que pudesse parecer. Era compenetrado em tudo que fazia. Detalhista ao extremo. Era tão perfeccionista que às vezes Heloísa perdia a paciência, mas mesmo nessas ocasiões de conflitos à baila, Wilson tinha aquele jeitinho de driblar as tempestades que se levantavam,  e, Heloísa então sob um efeito psicológico quase que mágico, ia aos pouquinhos caindo nas graças e piadas mirabolantes as quais Wilson trabalhava periciosamente. Não por acaso, ele sabia exatamente os contornos que deveria fazer para produzir tal resultado. Era um santo remédio. Tiro e queda. Heloísa ficava tão encantada como se estivesse voando nas nuvens de modo que nem sequer percebia o álibi  vital e fatal daquele profissional de relações públicas. Sempre sempre e sempre procurava resolver da melhor forma possível  os desentendimentos que de vez em quando pairavam em seu lar. Indubitavelmente um executivo de sucesso. Havia seguido a mesma carreira do pai o Sr. Sandoval Gouveia Martins- o qual durante as décadas de 50 60 e 70 havia prestado significativas contribuições profissionais no âmbito administrativo para diversas empresas do ramo alimentício. Sandoval, agora, aos 75 anos de idade  só queria  paz e sossego. De posse de sua inseparável cadeira de balanço tecida com fibras de bambu chinês, passava horas e horas de seu maravilhoso tempo contando "causos e mais causos" para suas netinhas queridas. Salvo preciosas ocasiões nas quais punha-se a ler seus livros prediletos ao sabor de seus  charutos importados de Cuba. De fato, tratava-se de uma família feliz-aliás, felicidade era a motivação e ao mesmo tempo a base que sustentava os laços que envolviam a família Gouveia. Kelly e e Samantha,  as duas filhas do casal Wilson/Heloísa, eram a alegria da casa e, inclusive contribuíam mesmo sem saber para a manutenção da relação de seus pais. Até hoje é assim. Por que muitos casais insistem em estabelecer concessões mútuas a fim de manter o casamento que na prática não é mais aquele casamento!! Em casos como estes, geralmente entra em cena as dinâmicas de jogo de equilíbrio em que ele ou ela diz: só não tomo essa decisão radical por causa das crianças. Obviamente não podemos generalizar esse efeito tendo em vista as muitas e múltiplas variáveis existentes no processo. Mas, é evidente que em muitos lares, os filhos representam tipos de paredes  espirituais impedindo deste modo a ruptura definitiva dos laços afetivos ou talvez as mágicas invisíveis que os unem embora muitas vezes aparentemente. Dez anos mais nova do que Wilson, Heloísa sempre procurava passar para seus vizinhos e parentes aquela imagem de que tudo corria perfeitamente bem, e, essas imagens eram tão bem transmitidas que acabavam imprimindo no espírito das pessoas conhecidas e não conhecidas que moravam  ali no bairro, uma resposta positiva relativa a vida do casal o que até curiosamente produzia algumas invejinhas  aqui e outras  invejinhas acolá. Bem, será que o que o que o casal Gouvêa transmitia para o público externo era mesmo aparência ou a realidade? A família era realmente feliz como anteriormente afirmado ou transmitia uma felicidade de fachada? Dinheiro não faltava, pois Wilson como presidente da Apple Trast-Indústria & Comércio de condimentos LDA, possibilitava a sua família um padrão de vida privilégio de  poucos. Em outras palavras, a família Gouvêa gozava de uma vida consideravelmente confortável-podiam fazer viagens internacionais, tinham participação ativa em vários eventos importantes da alta sociedade, passeavam em grandes cruzeiros  luxuosos a vontade sem contudo se preocuparem com os custos envolvidos. As meninas exibiam suas roupas com cores alegres e berrantes, gostavam daqueles óculos avantajados no tamanho e escuros à beça comprados nas caras lojas de Paris e NewYork. Heloísa, era um tipo de mulher que não se descuidava quanto a sua vaidade feminina. Sem dúvida, uma loira de aspecto gentil e cá entre nós, que aspecto heim!! Acostumada a muita regalia e requinte, não abria mão de suas práticas de etiqueta as quais aliás, não hesitava em revelar publicamente. Fazia questão inclusive de não fugir à regra. Seguia as regras mas sem exageros. Pois sob seu ponto de vista, os exageros já beiravam as portas da insanidade e portanto da loucura. Não por acaso criticava o perfeccionismo de seu marido. Portadora de uma voz fantasticamente doce que quando  emitida soava  como música nos tímpanos de quem a ouvia. Era muitas vezes mal interpretada principalmente por espíritos mal-intencionados. A meigalidade de sua voz era de modo tal que poderia ser definida como a voz divina. Se bem da verdade quando seus ânimos estavam alterados ela soltava os verbos aos berros e gritos   a ponto de explodir corações não de prazer mas de raiva somados ao desejo de vingança por parte de suas vítimas as quais instintivamente queriam tal desfecho.Afinal de contas ninguém é perfeito _ nem mesmo a bela  Heloísa. Todas as vezes que ia ao shopping, não deixava em dar uma passadinha nas lojas de calçados. Tinha um hábito incomum pois impulsivamente e talvez em virtude de sua alta vaidade, comprava bolsas e sapatos confeccionados por artistas de renome (se é que eles confeccionavam essas tais bolsas e sapatos) e com frequência, deixava transparecer seu orgulho de mulher  granfina e elegante. Andava pelas ruas da cidade em passos firmes e quem por ela passava experimentava mesmo estando há uma certa distância o aroma de seu perfume diferenciado e arrebatador. Todos os sábados, às 3 da tarde, fazia academia afim de manter em forma seu corpo de 1,85 cm do qual  mantinha uma preocupação semelhantes a preocupação de uma devota que faz de tudo para agradar seu deus. Não se tratava de uma mulher leviana no sentido de querer eternizar o seu aspecto jovial a qualquer custo. Não necessariamente. O cuidado que mantinha com o corpo, não fugia à normalidade e, além disso, o normal era o seu intento buscado com certa insistência apesar de não raras contradições. Entretanto, a natureza de sua vaidade estava à altura do seus círculos sociais.


Sentada em seu sofá de couro marrom bombom, Heloísa lia as últimas notícias da coluna de economia do jornal folha de São Paulo, ao mesmo tempo em que tomava um saboroso café com leite  pasteurizado. Ingredientes indispensáveis os quais não podiam faltar em sua abastada dispensa. Com as pernas cruzadas e de vez em quando elevando as mãos sobre o queixo quase não parava de movimentar os olhos por entre as linhas de seu jornal preferido. mantinha sua concentração em sua leitura matinal seriamente e vez por outra rabiscava algumas palavras e números num pequeno bloco de notas o qual estava sobre uma pequena mesa de centro. Heloísa rabiscava, e rabiscava...  rabiscos  esses que eram provocados por sua inseparável caneta prateada que ganhara de seu sogro Sandoval por ocasião de uma viagem de negócios que ele fez no Canadá, Heloísa faz mais um rabisco e vira a página do jornal ainda continuando na seção de economia. De repente, alguns números lhe chamam a atenção desta vez de um modo mais acentuado ainda o que provocaria o grito;
_ Wilson dessa agora aqui na sala- urgente!
O que foi Heloísa será que eu perdi a hora do trabalho?
_ Pior que isso-você perdeu rios de dinheiro a bolsa despencou-completou Heloísa demonstrando um nervosismo fora do normal.
_ nem 40 segundos  haviam se passado após a notícia (mal notícia)  Wilson descia desesperadamente as escadas de seu belo apartamento.
_ Não é possível Heloísa, não é possível... cadê o jornal deixe-me ver.
Está aqui, veja este rabisco redondo que fiz aqui. _

Ao bater os olhos na informação encontrada por sua esposa, Wilson quase teve um piripaque deixando o corpo gorducho tombar sobre o sofá marrom bombom, elevava as mãos sobre a cabeça com ares de desespero exclamava:
E agora que vamos fazer? Muito dinheiro foi para o ralo, meu Deus do céu por que a deixei isso acontecer? Onde é que eu estava com a cabeça que não acompanhei as notícias sobre o cenário econômico?
_
 Levanta daí homen ! Agora não adianta chorar pelo leite derramado o mais sensato a fazer é correr atrás do prejuízo _ desabou Heloísa.

O pior é que os outros acionistas vão chiar por causa desse rombo  e o que me dói mais é que há três meses  eu  assinei um importante documento aprovando um projeto para um alto investimento garantindo a minha equipe que não haveria problemas cambiais e que o retorno seria garantido. Tudo foi aprovado, o dinheiro foi liberado e foi investido e não foi pouco dinheiro. Esse projeto representou um dos mais altos investimentos que já fizemos nesta empresa com que cara vou chegar à reunião?

Heloísa ficou meio assustada ao ver o seu esposo num beco que parecia ser sem saída.

Nestas alturas do campeonato, Sandoval dormia e roncava  como  um pombo inocente num quarto aparte que ficava à esquerda do quarto do casal.

 _Você não acha melhor acordar o seu pai-talvez ele possa ajudar!

_ Você ficou maluca Heloísa? Meu pai não sabe deste investimento que fizemos... ele reprovaria com certeza e além disso não estou a fim de levar cascudos de palavras de meu pai.

Mas é melhor amor! É melhor ouvir o seu pai primeiro ele tem larga experiência neste ramo mesmo que ele te de cascudos de palavras certamente ele te dará uma dica de como sair dessa!
Bem, na verdade você mereceria umas  palmadas bem dadas  de seu pai por ter sido tão negligente no que diz respeito a correta avaliação do mercado financeiro.
Mas Heloísa, eu não mereço palmadas nenhuma, você sabe que o mercado financeiro  é muito instável, e por isso  uma hora ou outra as coisas não saem do jeito que desejamos que elas saíssem.

Eu sei disso _ devolveu  Heloísa; mas nuvens negras é sinal de que vai chover você não acha? Você não atentou para os sinais econômicos você foi simplesmente displicente, e isso não é uma hipótese é um fato, você foi tão somente irresponsável doutor Wilson, tão-somente iresponsável.
Por: Samuel Buel

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